ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 14.12.1995.
Aos quatorze dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e cinco reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e João Pirulito. Constatada a existência de "quorum" o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências e pela Mesa, 01 Projeto de Resolução nº 49/95 (Processo nº 2672/95), de autoria da própria Mesa. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou a Emenda nº 02 do Vereador Guilherme Barbosa ao Projeto de Lei do Legislativo nº 129/95 (Processo nº 2343/95). A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Milton Zuanazzi solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia. Em Votação, após ser encaminhado pelo Vereador Elói Guimarães, foi aprovado o Recurso do Vereador Isaac Ainhorn, da decisão do Vereador Elói Guimarães, ao presidir reunião conjunta das Comissões Permanentes no dia vinte e nove de setembro do corrente ano, de não receber o parecer conjunto prolatado pelo Vereador Reginaldo Pujol à Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 21/95. Em Votação, foi aprovado o Parecer nº 419/95 da Comissão de Constituição e Justiça. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Wilton Araújo solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 08/95. Em Votação, foi rejeitado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Darci Campani, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 23/95, por quinze Votos SIM e dez Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Darci Campani, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, João Motta, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Wilton Araújo e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Verle, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal e João Pirulito. Em Discussão Geral e Votação, após ser encaminhada pelos Vereadores Jocelin Azambuja, João Dib e João Motta, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Darci Campani, o Projeto de Lei do Legislativo nº 83/94, por dezesseis Votos SIM e onze Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Edi Morelli, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Wilton Araújo e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Maria do Rosário, João Pirulito. Às dez horas e um minuto os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dez horas e dois minutos, constatada a existência de "quorum". Na ocasião, o Vereador Edi Morelli comunicou que o Líder da Bancada do PTB é o Vereador Luiz Braz, a contar da presente data. Em Discussão Geral e Votação, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Milton Zuanazzi, Luiz Braz, Fernando Záchia, João Dib, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Edi Morelli, foi aprovado, por vinte e dois Votos SIM, dois Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, o Projeto de Lei do Legislativo nº 151/94, com ressalva das Emendas, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Wilton Araújo, João Pirulito, votando Não os Vereadores João Dib e Luiz Braz e optando pela Abstenção os Vereadores Edi Morelli, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol. Em continuidade, foi rejeitada a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 151/94. Em votação nominal solicitada pelo Vereador Mário Fraga, foi rejeitada a Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 151/94, por onze Votos SIM, treze Votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia Maranhão, Darci Campani, Edi Morelli, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, João Pirulito, optando pela Abstenção os Vereadores João Dib, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal. A seguir, foram aprovadas as Emendas nºs 03, 04 e 05 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 151/94. Às doze horas e seis minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às doze horas e onze minutos, constatada a existência de "quorum". Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Edi Morelli, João Dib, Luiz Braz, Giovani Gregol, Antonio Hohlfeldt e Elói Guimarães, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 11/95, com ressalva da Emenda nº 02, que, logo após, foi aprovada. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou Emenda nº 01 ao Projeto de Resolução nº 48/95, de autoria do Vereador Henrique Fontana. Às doze horas e onze minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para as Sessões Extraordinárias a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Airto Ferronato, Mário Fraga e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Wilton Araújo. Do que eu, Clovis Ilgenfritz, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Edi Morelli): Há quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. MILTON
ZUANAZZI (Requerimento): Sr. Presidente, proponho que os processos de folhas 9 e 10 sejam
discutidos e votados por primeiro, respectivamente: Recurso de autoria do Ver. Isaac Ainhorn referente à Emenda nº 02
ao PLL nº 21/95 e, após o Parecer nº 419/95 da CCJ – Proc. 2207/95.
O SR. DARCI
CAMPANI (Questão de Ordem): Em princípio não tenho nada contra o Requerimento do Ver. Milton
Zuanazzi, mas fico em dúvida quanto aos artigos 99, II e 194, II para poder
votar.
O SR.
PRESIDENTE:
Nesse caso vota-se o Recurso e no outro o Parecer. Primeiro o Recurso.
Em votação o Requerimento de
autoria do Ver. Milton Zuanazzi. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos o recebimento da
Emenda nº 02, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, ao PLL nº 129/95.
PROC. 0660/94 – RECURSO, de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, da decisão do Ver. Elói Guimarães, na ocasião em que presidia os
trabalhos da reunião conjunta das Comissões em 29.09.95, de não receber o
parecer conjunto prolatado pelo Ver. Reginaldo Pujol à Emenda nº 02 ao PLL nº
21/95, por não estar conforme com o Art. 52 do Regimento.
PARECER:
- da CCJ. Relator Ver. João Motta; conclusões:
“... O Presidente dos trabalhos da Comissões
Conjuntas pode, de ofício, declarar o não recebimento de parecer que não esteja
de acordo com o que dispõe a norma do Art. 52, uma vez que a constatação do
vício não demanda nenhum esforço de interpretação, é explícita.”
Obs.:
- votação nos termos do Art.
99, § 2º, do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE: A
Presidência esclarece ao Plenário que entramos em regime de votação do Proc. nº
660/94, Recurso de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
Podem encaminhar o Autor, o
Relator da CCJ e Lideranças. Em votação o Recurso. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a razão do encaminhamento é mais em nível de
esclarecimento. Lembro aos Vereadores que participaram das reuniões conjuntas
das comissões que no processo do Ver. Reginaldo Pujol, não constava no seu
fecho nem que rejeitava, nem que aprovava.
Nesse sentido, houve um
recurso de parte do Ver. Isaac Ainhorn que nós acolhemos, foi à Comissão de
Justiça; na Comissão de Justiça é designado um relator, Ver. João Motta e este
prolata parecer entendendo que a decisão do Presidente, embora aceitando o
recurso, estava correta.
O Ver. João Motta, no seu
parecer, é pela rejeição do Recurso por entender que em pareceres é necessário
colocar-se, na conclusão, a favor ou contra, e isso faltou, como se pode
observar nos autos, no Parecer do Ver. Reginaldo Pujol. Nós encaminhamos
favoravelmente ao Parecer do Ver. João Motta porque é necessário constar pela
aprovação ou pela rejeição e isso não constava no Parecer do Ver. Reginaldo
Pujol, embora S. Exa., na discussão na Comissão de Justiça, tenha colocado que
houve uma certa confusão na redação do parecer. Estamos encaminhando
favoravelmente o Parecer do Ver. João Motta para ratificar que é necessário
constar dos pareceres que a sua conclusão, diríamos até simbólica, porque o
conteúdo do parecer pode encaminhar a aprovação ou a rejeição. Mas esses termos
são sacramentais.
São termos que ainda
observam a velha herança do Direito Romano e eu até citava na ocasião da
discussão uma frase latina que diz assim, "data est res", ou seja, as
coisas precisam ser simbolizadas. Isso é da natureza das relações que se
formaram ao longo da civilização, é o anel, o símbolo, é toda aquela simbologia
que se utiliza nos atos jurídicos e inclusive tem eficácia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): Estão encerrados
os encaminhamentos, em votação o Recurso, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, da
decisão do Ver. Elói Guimarães, ao presidir a reunião conjunta das Comissões
Permanentes no dia 29.09.95, de não receber o Parecer Conjunto prolatado pelo
Ver. Reginaldo Pujol à Emenda nº 02 ao PLL nº 21/95.
Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2207/95 – PARECER Nº
419/95, da
Comissão de Constituição e Justiça, em atendimento à solicitação da Presidência
da Câmara, acerca de critérios para a contagem de votos em Plenário.
Relator
Ver. Darci Campani; conclusões:
“... o voto proferido pela Presidência, no caso NÃO, em nada alteraria o resultado final da votação, posto que o requerimento não obteve os votos necessários para a sua aprovação.”
Obs.:
- votação nos termos do Art.
194, § 2º, do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o Parecer nº 419/95, da CCJ, em atendimento à solicitação da
Presidência da Câmara, acerca de critérios para a contagem de votos em Plenário.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. Elói
Guimarães.
Esta Presidência estranha
por que não entrou em 2ª Sessão de Pauta o Processo de autoria da Mesa, que
propunha a reforma dos Cargos em Comissão da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Convocaremos uma Sessão Extraordinária depois.
PROC. 1978/95 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 08/95, que altera a redação do
“caput” do Artigo 1º da Lei Complementar nº 124, de 22 de outubro de 1985, com
redação dada pela Lei Complementar nº 238, de 26.12.90, e dá outras
providências. (Propaganda em transporte coletivo.) Com Emendas nºs 01, 02, 04 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 e Subemenda
nº 01 à Emenda nº 04.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver.
Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;
- da CEFOR. Relator Ver.
Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- retirada a Emenda nº 03.
O SR.
PRESIDENTE: Sobre
a mesa Requerimento de autoria do Ver. Wilton Araújo, solicitando tenha o PLCE
nº 08/95 adiada a sua discussão por uma Sessão.
Em votação o requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2064/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 23/95, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que isenta
do pagamento da tarifa de água e esgoto do Departamento Municipal de Água e
Esgotos as entidades assistenciais que prestam atendimento a pessoas idosas
carentes.
PARECER:
-
da
CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela rejeição do Projeto.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o PLCL nº 23/95. (Pausa.) O Ver. Darci Campani solicita votação nominal.
(Após a chamada.) REJEITADO o PLCL
nº 23/95 por 15 votos SIM e 10 votos
NÃO.
PROC. 1340/94 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 83/94, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
Poder Executivo a implantar uma pista na Av. Loureiro da Silva, denominando-a
“Ciclovia da Integração”, e dá outras providências.
PARECERES:
-
da CCJ. Relator Ver. José Gomes:
pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Mário Fraga:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Geraldo de
Matos Filho: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Pedro
Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Obs.:
- adiada a discussão por
três Sessões.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLL nº 83/94. Em votação. (Pausa.) O Ver. Jocelin Azambuja está com
a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente, Sr. Vereadores, esse trajeto que se está propondo para o
Governo Municipal é no sentido de aproveitar já um trajeto que está sendo feito
normalmente pelos ciclistas, com grave risco de suas vidas, que é essa ligação
entre o Parque da Harmonia e o Parque da Redenção. Se observarem, sempre que
saírem da Câmara de Vereadores, verão os ciclistas transitando permanentemente
nesse trecho, e nós temos o dever de protegê-los. Essa ciclovia justamente faz
esse trajeto que poderá, na sua implementação, se assim o Executivo Municipal
desejar, resolver um grave problema.
O SR.
PRESIDENTE:
Atenção, Srs. Vereadores. Há muita conversa. Vamos suspender os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 10h01min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h02min): Estão reabertos os trabalhos. Pedimos que os
Vereadores contribuam para que se evite essa barulheira.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Srs. Vereadores, estamos procurando, com esses
projetos, sensibilizar o Governo Municipal, para que Porto Alegre tenha
implantadas ciclovias. Aprovamos, já, no Orçamento para este ano e para o ano
que vem, e precisamos a implantação. Esse trajeto é feito pela nossa
perimetral, Av. Loureiro da Silva, com toda a tranqüilidade. Existe espaço
suficiente para a implantação da ciclovia. É só fazermos aquilo que a população
já está fazendo. Eu já vi vários funcionários da Casa, assessores de
parlamentares que andam de bicicleta nesse trajeto e colocam em risco as suas
vidas para virem aos parques, tanto para a Redenção, quanto para o Parque da
Harmonia e Marinha do Brasil. É obrigação nossa buscar soluções. Nós
encaminhamos para a Secretaria Municipal dos Transportes, participamos de
reuniões lá, debatendo.
O Projeto foi visto com
muita simpatia por todos os membros do Conselho Municipal dos Transportes.
Pediria aos Srs. Vereadores que aprovássemos esse Projeto, para que
autorizássemos o Executivo Municipal a implantar essa ciclovia, e com isso
termos preservada a segurança dos nossos munícipes. É muito importante. Tenho
certeza de que a sensibilidade do Prefeito Tarso Genro fará com que seja
implantada mais essa ciclovia em Porto Alegre. A Cidade não pode ficar parada
no tempo. A ciclovia, como temos visto em todos os noticiários, é um instrumento
fundamental de transporte em Porto Alegre, tanto para o transporte, para
diminuir a poluição, como também como fonte de lazer. E nós estamos com a
população de Porto Alegre confinada em apartamentos com milhares de bicicletas
e que as pessoas não têm onde transitar. A nossa Av. Loureiro da Silva tem
perfeitas condições de absorver esta ciclovia e eu pediria a sensibilidade dos
Srs. Vereadores para aprovar o projeto.
Este é um Projeto que o povo
de Porto Alegre precisa e o Governo Municipal tem que implantar. Não adianta
nós ficarmos aprovando no Orçamento da implantação de ciclovias como aprovamos
em 1994 e em 1995 e não se construiu nenhuma ciclovia. Queremos que, ou se
implantam as ciclovias ou não se implantam, o Governo Municipal tem que dizer que
é contra as ciclovias. Agora, se coloca no Orçamento, se leva à Secretaria
Municipal dos Transportes, se leva ao Conselho Municipal dos Transportes e todo
mundo diz que é bom e depois chega na hora não se quer implementar. Eu peço aos
Srs. Vereadores para que tenhamos a sensibilidade de aprová-lo, pois é um
projeto político e só falta depois o Governo Municipal executar. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLL nº 83/94.
O SR. JOÃO DIB: Srs. Presidente e Srs. Vereadores, num determinado momento da vida
legislativa o nosso querido ex-Vereador Ervino Besson autorizou o Prefeito de
Porto Alegre a construir um lago que, imediatamente foi denominado "Lago
Ervino Besson", aqui no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Isso ficou na
autorização. Nós não podemos
esquecer da nossa responsabilidade. Nós não podemos, de forma nenhuma, criar
ilusões. Entendo que o Ver. Jocelin Azambuja tem todo o empenho em fazer a
ciclovia, como já tinha o ex-Vereador Frederico Barbosa e como tiveram outros
Vereadores, mas não há por que autorizar o Prefeito a fazer ciclovias. O
Prefeito, se desejar, fará. E não há por que fazer um projeto de lei
determinando condições técnicas das ciclovias, até porque nós não temos, no meu
entendimento, medíocre até, eu não tenho condições técnicas de definir como
será a ciclovia.
Portanto, o Prefeito não
precisa de autorização. Se queremos ciclovias não vamos fazer leis e mais leis,
vamos lutar na rua, fazer cartazes como fazem aqui, vamos usar a Tribuna
Popular na frente da Prefeitura pedindo que se façam ciclovias. Agora, uma
cidade onde se estaciona sobre um viaduto, que é o caso do Loureiro da Silva;
se constrói um viaduto e se estaciona e não tem como fiscalizar; uma cidade que
tem sinaleira onde não precisa e não tem onde precisa, nós vamos fazer um
Projeto sobre ciclovias autorizando o Prefeito àquilo que ele já está
autorizado? O Prefeito não faz, Ver. Jocelin Azambuja, porque não deseja fazer,
porque não sentiu uma pressão popular para que seja feito, porque o homem
público tem que ter sensibilidade e capacidade de resposta. Ele não precisa
dessa autorização. O Vereador vai ter que propor, na frente da Prefeitura, o
uso da Tribuna Popular, numa quinta-feira logo após o meio-dia e antes do
entardecer. Vamos levar bastante gente lá dizendo que quer ciclovia; o Prefeito
vai ouvir e vai dizer: "Acho que eles querem ciclovias". Agora, por
lei, Vereador, é gastar o dinheiro da Câmara Municipal, é perder nosso tempo,
porque autorizativo ele vai achar muito engraçado, nem vai vetar. Eu, se fosse
Prefeito, até nem vetava; guardava, porque quando eu quisesse, de repente,
fazer alguma coisa, diria: "eu até nem queria, foi um Vereador". Foi
a Câmara que fez, se der errado. Se der certo foi ele.
Nós não podemos legislar
dessa maneira, dizendo "eu fiz, eu pedi". Não é assim, Vereador. Eu
tenho muito carinho, muito apreço por V. Exa. Sabe que é verdade, porque fui o
primeiro a convidá-lo a ser candidato a Vereador nesta Cidade. Então, acho que
não dá para fazer lei autorizativa desse tipo. Nós já autorizamos a ligação do
Parcão com o Parque Farroupilha - não sei porque o Prefeito vetou; eu não
vetava, pois ele não é obrigado a fazer. Eu acho que nós perdemos tempo na
discussão, no debate e em papel, inclusive. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. João Motta está com a palavra para
encaminhar o PLL nº 83/94.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu quero, preliminarmente, evitar
qualquer tipo de mal-entendido no nosso encaminhamento, e registrar um
reconhecimento que é exatamente a iniciativa, sob o ponto de vista legislativo,
do Ver. Jocelin Azambuja, de pautar no Plenário da Câmara a discussão desse
tema. Lembro que na outra Legislatura, se não me falha a memória, quem tomou a
iniciativa de começar a discussão aqui foi o ex-Vereador Gert Schinke.
Portanto, eu acho que este assunto é absolutamente atual. Não há como, hoje,
nós estabelecermos qualquer tipo de discussão sobre um conceito em termos de
sistema de transporte coletivo, sem que a questão das ciclovias esteja
incorporada. Portanto, quero fazer este registro porque acho que o Legislativo
tem obrigação de assumir esse debate, e acho que o Ver. Jocelin Azambuja tem
tido o mérito de propor esse debate não só para o Legislativo, mas para a
Cidade.
Entretanto, até pelo fato
dessa discussão ser recente e nós ainda não conseguimos traduzi-lo, não só num
conceito, bem como em medidas que vão além das ciclovias da Zona Sul e além de
outras iniciativas como o fechamento de vias, etc., nós ainda não conseguimos
fazer com que a discussão das ciclovias seja incorporado, quando se discutiu o
problema do transporte; e a ciclovia, na nossa opinião, além de ser vista como
uma via de lazer, ela deve ser vista, necessariamente, como uma das soluções
para o problema estrutural do estrangulamento das vias de transporte coletivo e
individual na nossa Cidade. É por isso, por exemplo, que a Prefeitura,
pressionada por essa discussão, tanto pela iniciativa da Câmara como de pessoas
da sociedade, instituiu, já há algum tempo, um grupo de trabalho que já está
discutindo as várias hipóteses e propostas sobre as ciclovias. Por isso, Ver.
Jocelin, meio concordando em parte com o pronunciamento do Ver. João Dib, me
parece que neste momento não seja o caso de nós legislarmos sobre mais uma nova
ciclovia, mas seja o caso de tomarmos conhecimento da sua proposta que está
traduzida num Projeto de Lei, talvez seja o caso de não votarmos ainda hoje, e
encaminharmos esta discussão para ser incorporada pelo grupo de trabalho, que
deve, necessariamente incorporar o Poder Legislativo Municipal, inclusive com a
vossa presença.
Quero aqui, inclusive,
registrar a V. Exa. que tenho de certa forma participado, indiretamente, dessa
discussão, porque tem um grupo temático que em uma proposta de, inclusive,
fazer com que a discussão seja feita a partir da ótica de que a ciclovia pode
ser uma via de transporte individual, incorporada, portanto, ao sistema geral
de transporte coletivo. Propõe, inclusive, que a primeira região a ter a
experiência da ciclovia seja a Zona Norte da Cidade. O Executivo está
discutindo isso. O Ver. Elói Guimarães conhece bem aquela região da Av.
Sertório, Zivi-Hércules, Cristo Redentor. O problema, lá, é o corredor da Assis
Brasil. Parece-me, Ver. Jocelin, que a sua idéia, que está, hoje, traduzida num
Projeto de Lei, poderia ser incorporada por esse grupo de trabalho que reúne
toda uma rede de atores e de interessados na discussão sobre ciclovias, a
partir das várias idéias, das várias propostas, para que essa discussão seja
enriquecida com a sua proposta, com a sua opinião. Essa seria, Ver. Jocelin
Azambuja, a justificativa pela qual nós, da Bancada do PT, estaríamos votando
contrariamente ao seu Projeto.
Não somos contrários à
iniciativa em si, e ao mérito, mas achamos que, sob o ponto de vista do método
de encaminhamento da discussão, não seja o mais correto criarmos, através de
Lei, mais uma ciclovia. Nós achamos que o caminho a ser reforçado é, exatamente,
esse grupo que já se reúne e que não tem um assento mais ativo da Câmara
Municipal com a qual poderia e deve contar, inclusive com a sua presença.
Assim, o horizonte da discussão sobre a ciclovia será ampliado. No entanto, V.
Exa. tem o pleno direito, autoridade, legitimidade de encaminhar o seu Projeto
para a votação. Estou apenas esclarecendo o porquê de a Bancada do PT estar
encaminhando contrariamente ao seu Projeto. Não é pelo mérito, repito, mas por
achar que o método para encaminhar essa discussão seja mais eficaz se for
conduzido a partir do fórum já organizado no nosso Município. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais nenhum Vereador
para discutir, passamos ao período de votação. O Ver. Jocelin Azambuja
havia encaminhado como autor; encaminha agora pelo PTB.
Corrigimos, estamos, ainda,
no período de discussão.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): No período de discussão,
não há possibilidade de discutir duas vezes.
O SR. PRESIDENTE: Este Vereador, que está na Presidência, achou que o Vereador poderia
discutir como autor. Não pode.
O Ver. Luiz Braz está
inscrito e cede seu tempo ao Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Permita-me, Sr. Presidente, creio haver um equívoco
por parte da Presidência. A discussão foi encerrada pelo Ver. Presidente, e
entrou-se no período de encaminhamentos, e eu e o Ver. João Dib encaminhamos.
Nós não estamos discutindo o Projeto, só estamos na fase de encaminhamentos. Se
a Assessoria não se ateve a esse aspecto o Presidente, que exercia a
Presidência naquele momento, teria encerrado a discussão.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, se V. Exa. encaminhou está tudo resolvido, então.
Achamos que ainda estávamos no processo de discussão, e não estávamos, era o
encaminhamento de votação.
O Ver. Jocelin Azambuja está
com a palavra para encaminhar pela Bancada do PTB, por cinco minutos, o PLL nº
83/94.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Muito obrigado, Sr. Presidente. Vim novamente à
tribuna, Sr. Vereadores, porque acho importante que se esclareçam certos
aspectos. Ver. João Motta, eu já estive com o seu Prefeito, que achou
importantíssimos os Projetos, e me prometeu apoio aos Projetos. Estive na
Secretaria Municipal de Transportes. Reuni-me com o Secretário Municipal dos Transportes,
que achou importante, e disse que fechava com os interesses do Executivo
Municipal. Estive em reunião com o grupo de trabalho na Secretaria Municipal
dos Transportes, que V. Exa. colocou. Todos acharam extremamente positivo.
Técnicos e demais representantes dos vários segmentos da sociedade. Estive
debatendo com todos os setores, inclusive o Secretário do Meio Ambiente, nosso
colega Gérson Almeida, esteve em discussão conosco e levou todos os Projetos
para a Secretaria, e todos os técnicos acharam importante. Vejam V. Exas. que
não estou querendo criar nenhuma relação que não seja dentro de um processo de
discussão, pois se discuti com o Prefeito e ele achou bom, se os Secretários
acharam bom, se o Conselho Municipal dos Transportes achou bom, por que a
Câmara vai se opor? Eu fiz todos os encaminhamentos corretos. O Ver. João Dib,
que é um homem inteligente, que é um técnico e que sabe que se faz esse
processo de discussão. Só cabe à Casa, agora, ter a sensibilidade de apoiar
aquilo que já foi discutido. Se V. Exas. acham que o Projeto autorizativo não é
bom, não deviam aprovar nenhum nesta Casa.
Os Senhores já aprovaram
vários Projetos autorizativos nesta Casa, de todas as Bancadas e não acharam
ruim, e os argumentos para colocar, hoje, no nosso Projeto, valem para todos os
Projetos autorizativos, ou, então, se acabe com projetos autorizativos nesta
Casa. Se a Casa se sente incapacitada de ter posição política a respeito de uma
matéria e não quiser implementar a sua capacidade política, tome a decisão:
olha, vamos eliminar, fazer uma emenda no nosso Regimento, impedindo que haja
projetos autorizativos. Agora, o projeto autorizativo é a essência política
desta Casa. Quando o Executivo não quer implementar uma política que discutiu,
que se comprometeu e não quer agora levar à frente porque não é de um
companheiro de seu partido, porque se fosse de um companheiro do PT já estava
tudo sacramentado. O Ver. João Motta já encaminhou, Ver. Henrique Fontana, é
uma pena. Se fosse de um companheirinho do PT, tenham certeza que estava tudo
resolvido.
Então, esta Casa tem que ter
consenso e acabar com essa história de que se é projeto do PT se aprova, se não
é dos companheiros do PT não se aprova, aí não serve porque o Governo vai
vetar, por isso e por aquilo. Então, o Ver. João Dib tinha que ter um pouco
mais de sensibilidade, e não está tendo. Várias matérias V. Exa. tem colocado
posições, especialmente nos meus Projetos, V. Exa. tem tido posições que me
causam surpresa, ou, então, faz substitutivo em cima dos meus projetos, usando
a lei, usando tudo que está correto, ou faz emenda, tudo isso é válido, tudo
isso faz parte da política. Agora, se dizer que projeto autorizativo não é bom,
que projeto autorizativo o Prefeito engaveta, faz o que quer; mas ele que faça,
nós estamos mostrando o nosso poder político. O pior é nós não termos posição
política, isso é muito pior. A sociedade de Porto Alegre está querendo que se
implante ciclovias aqui. Perguntem para qualquer pessoa que anda de bicicleta
em Porto Alegre se ela não quer ciclovias em Porto Alegre. Agora, nós estamos
aqui para representar o povo ou ir contra ele? Se o Executivo firmou um
compromisso conosco e se não quer implementar, que assuma o ônus, mas esta Casa
não assuma o ônus pelo Prefeito, que ela o deixe lá para decidir. Se ele não
quiser implementar, a questão é dele. Nós temos a obrigação de fazer a vontade
do povo de Porto Alegre. Quem anda de bicicleta na nossa Cidade ou que se
arriscam sem condições de tráfego, ou que, então, permitamos que tenham um
pouco de segurança. Quem tem um filho aqui e que anda de bicicleta em Porto
Alegre, que não arrisca a sua vida no meio dos carros? Quantos dos Senhores e
Senhoras arriscam suas vidas? Quantos dos funcionários arriscam suas vidas? E
como nós, Câmara de Vereadores, vamos nos omitir de dar ao povo um pouco mais
de segurança e tranqüilidade? Se o Executivo não quer fazer, se não quiser
cumprir o acordo, se não quiser cumprir nada, que não faça.
Agora, a Câmara tem que ter
uma posição a respeito. Eu nunca disse que os Projetos são discussão minha. Já
disse que foi do Ver. Gert Schinke, ou
foi de outro Vereador que era do PL, se não me engano. Enfim, de vários
Vereadores. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Uma informação a respeito do que o Ver.
Jocelin Azambuja afirmou que não é correta. Ele afirmou que os projetos têm
vícios, problemas de discussão sobre iniciativa; portanto, que poderiam ser
considerados com vícios de iniciativa ou autorizativos ou outros, somente são
convalidados pelo Executivo com aceitação da Bancada do PT. Isso não é verdade,
Ver. Jocelin. Tem um exemplo recente que é o Projeto de autoria do Ver. Mário
Fraga que é sobre o uso do cinto de segurança que tem uma discussão sobre
iniciativa e o Executivo convalidou por achar meritória a iniciativa.
O SR. PRESIDENTE: Concordamos com a explicação. Encerrados os encaminhamentos, em
votação o PLL nº 83/94. O Ver. Darci Campani solicita votação nominal. (Após a
chamada.) APROVADO o PLL nº 83/94
por 16 votos SIM e 11 votos NÃO.
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Comunico ao Plenário que no
critério de rodízio democrático que há na Bancada do PTB e na qualidade de
Vice-Líder da Bancada, que a partir do dia de hoje o nosso Líder de Bancada é o
Ver. Luiz Braz.
PROC. 2553/94 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/94, de autoria do Ver. Milton Zuanazzi, que estabelece a
obrigatoriedade aos estabelecimentos fornecedores de refeição de permitir aos
seus usuários a visitação de suas respectivas cozinhas. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04 e 05.
PARECER:
- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 03, 04, e 05 e pela rejeição das Emendas nºs 01 e 02.
Obs.:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 151/94. (Pausa.) Em votação. O Ver. Milton
Zuanazzi está com a palavra para encaminhar.
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu Projeto é
simples, até simplório. Se não tivesse sido emendado, ele seria simplesmente o
seguinte: cada restaurante e cada bar teriam que colocar em local visível uma
placa dizendo: "Visite a nossa cozinha." Não envolve fiscalização. O
Ver. Luiz Fernando Záchia entrou com várias emendas, muitas das quais concordo.
O Ver. Fernando Záchia teve uma certa preocupação em envolver o órgão
respectivo da fiscalização sanitária com a essência do Projeto. Na sua Emenda
nº 01, ele diz que o usuário ao qual for negado o direito ao acesso previsto no
art. 1º poderá denunciar o fato ao órgão do Município. Ao meu ver, e o Ver.
Isaac Ainhorn também assim analisou no seu Parecer, é natural que ele poderá
denunciar, sendo importante e fundamental que o faça, aliás, a placa está ali
para alertar o usuário que assim proceda. A Emenda utiliza a palavra
"poderá", penso que ela não prejudica o Projeto, nem soma, deixando o
usuário livre. O Ver. Isaac Ainhorn trabalhou com essa hipótese. Precisamos
aprofundar a Emenda nº 02 do Ver. Fernando Záchia, porque ela coloca como
preposto alguém do restaurante, que seja o responsável, caso o dono não esteja.
O Ver. Isaac Ainhorn no seu Parecer da CCJ foi contra isso, porque acha que tem
que ser o dono, o proprietário. O Ver. Fernando Záchia entende que alguém
preposto como responsável poderá ser enquadrado pela fiscalização. Eu realmente
tenho dúvidas com relação a essa Emenda. As demais, três Emendas do Ver.
Fernando Záchia são ótimas, corretas, melhorando significativamente o Processo.
O encaminhamento que, como
autor, dou é pela aprovação das três Emendas. Eu, particularmente, sou
contrário à Emenda nº 01 e tenho dúvidas sobre a Emenda nº 02. Os Vereadores
têm que decidir, se é só o proprietário do restaurante, ou qualquer preposto
que deve ser enquadrado na ação da fiscalização. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o PLL nº 151/94.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a intenção do Ver. Milton Zuanazzi é
a melhor possível, só que, na verdade, o que poderia acontecer, se aprovássemos
este Projeto, é que toda a clientela de determinado estabelecimento estaria em
perigo, em risco. Imaginem que todos os clientes de determinado
estabelecimento, além daqueles que não o são, poderão ir até a cozinha do dito
estabelecimento com o intuito de fiscalizar a comida, de olhar a comida, de ver
como as coisas estão sendo feitas. Ora, é claro que a grande maioria vai até a
cozinha com boas intenções, para ver se o local é limpo, para ver se as
condições essenciais estão sendo cumpridas, só que alguém, com muita
facilidade, poderia entrar, no restaurante, com um sentido maldoso, adicionar
alguma coisa que pudesse prejudicar todos que estivessem no restaurante. Não
sabemos quais serão as pessoas que entrarão nas cozinhas dos restaurantes, pode
ser alguém que tenha algum tipo de doença contagiosa. Não é nenhum tipo de
discriminação o que estamos fazendo; é uma constatação do que pode acontecer -
penetrar na cozinha desse estabelecimento e colocar também em risco toda a clientela
que ali está.
Ora, eu acho que a intenção
do Ver. Milton Zuanazzi é a melhor possível, só que eu acredito que poderíamos
estar cometendo um crime ao aprovar este Projeto do Ver. Milton Zuanazzi. Eu
nem vou falar das Emendas, não vou nem comentá-las. Eu acho que nós não
deveríamos aprovar o Projeto. A Emenda nº 1 diz o seguinte. (Lê Emenda nº 01.)
Os outros artigos dizem das penalidades.
Ver. Pedro Américo Leal,
pode alguém, inimigo - nessa área existem muitos inimigos -, maldosamente,
causar problemas e mais problemas para qualquer tipo de estabelecimento. Apesar
da intenção ser das melhores, acredito que este tipo de Projeto deveria ser
melhor estudado, esse tipo de Projeto deveria ser, talvez, melhor discutido;
acho que nós deveríamos avaliar melhor as conseqüências todas para depois,
realmente, votarmos com absoluta certeza um Projeto dessa importância. Acredito
que o mérito que buscou o Ver. Milton Zuanazzi, na verdade, não é discutido com
relação ao Projeto em si, só que o resultado deste Projeto pode ser realmente
funesto, principalmente para aqueles que estão atualmente exercendo esse tipo
de atividade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar o PLL nº
151/94.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, primeiro
cumprimento o Ver. Milton Zuanazzi pelo seu Projeto.
Há poucos dias, nesta Casa,
nós aprovávamos a contratação de 4 funcionários da Prefeitura, concursados que
trabalham na Vigilância Sanitária. É de conhecimento que o próprio Executivo
não tem uma estrutura capaz de fazer a fiscalização nestes estabelecimentos,
restaurantes e bares da periferia, os grandes restaurantes de Porto Alegre.
Então, através do Projeto do
Ver. Milton Zuanazzi, nós vamos estar propiciando que a Vigilância Sanitária do
Município faça um trabalho direcionado. Não que a denúncia vá implicar numa
multa, mas a denúncia vai implicar que lá se faça uma fiscalização dirigida;
que se chegue a um estabelecimento comercial, porque foi feita uma denúncia
concreta, que não se faça um trabalho aleatório. Sabe-se que em Porto Alegre
grandes restaurantes seguidamente têm problemas quanto à durabilidade dos
alimentos que causam problemas aos consumidores.
A Emenda nº 2 tem motivos
para uma discussão mais aprofundada. Eu entendo que o preposto, responsável
pelo estabelecimento, poderá responder solidariamente, como proprietário. Por
quê? Porque, hoje, a realidade comercial destes estabelecimentos aponta que
existe muita franquia, que existem cadeias de restaurantes. Então, o mesmo
proprietário, às vezes, tem mais de um estabelecimento comercial e não vai
estar presente no momento de irregularidade, no momento da fiscalização, no
momento da vistoria e o seu gerente, o seu preposto, tem que ter uma
responsabilidade conjunta. Parece-me bastante claro. A preocupação do Ver. Luiz
Braz é que as cozinhas vão ficar vulneráveis, que pode haver contágio, através
de uma visitação, apesar de o Ver. Jocelin Azambuja, me parece, discordar que
possa haver um problema entre os comerciantes, de alguém forçar alguma suposta
irregularidade. O proprietário ou o gerente vai acompanhar essa visita. O
objetivo é muito claro: fazer com que as cozinhas tenham uma condição de
higiene melhor. Não somente o produto final, até porque não temos a condição de
avaliar como é executado. Se nós entrarmos nessa cozinha antes, não vamos fazer
a refeição. Isso é muito claro.
Temos que obrigar a que
exista uma melhoria para que os bons não precisem competir no mercado. Aqueles
restaurantes que não têm essa preocupação, mas que trabalham com produto final
de preço mais baixo, acabam nos iludindo porque nós estamos nos alimentando com
alimentos sem condições. Se soubermos, na realidade como eles fazem esses
alimentos, certamente, não vamos voltar. Não diz da obrigatoriedade do
acompanhamento do proprietário, mas me parece uma questão de mercado. Se eu sou
proprietário ou o gerente, eu não vou deixar todo o mundo entrar, eu faço
questão, até, de mostrar que a cozinha do meu estabelecimento comercial está
enquadrada nas normas, querendo melhorar. Esse é o objetivo do Projeto: fazer
com que os estabelecimentos comerciais dêem-se conta da necessidade de melhorar
as suas cozinhas. Haveria a necessidade de uma discussão mais profunda. Eu entrei
com o Projeto em janeiro ou fevereiro, e este já estava na Casa, quando retirei
o meu e emendei algumas coisas. Esse Projeto já tramitava há mais de um ano,
tempo suficiente para que nós pudéssemos fazer reflexões mais profundas. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLL nº 151/94.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Dever, dever, dever. O dever aqui
não é verbo, não está utilizado no sentido de dívida contábil, é o cumprimento
das obrigações de cada um. Depois, o Ver. Jocelin Azambuja vai ficar brabo
comigo porque eu tenho posições definidas, como por exemplo: todos os
Vereadores têm o dever de atentamente acompanhar o que está ocorrendo na
tribuna e o próprio Presidente não está fazendo isto, mas tudo bem, dever,
dever, dever. Eu iniciei o ano de 95 com grande satisfação, lia numa revista de
circulação nacional que a ONU estudaria este ano a Magna Carta dos deveres do
homem. Estamos em 13 de dezembro e nada da Magna Carta dos deveres do homem, só
se fala nos direitos humanos, mas se não tem quem cumpra o seu dever, não tem
direito. Não existe direito, quando não se cumpre o dever. E o nosso dever é
fazer leis e fiscalizá-las.
O nobre Ver. Luiz Fernando
Záchia coloca emendas inteligentes, mas, na verdade, ele está lembrando que
existe fiscalização sanitária. É dever da fiscalização sanitária cuidar para
que as cozinhas dos nossos restaurantes estejam em perfeitas condições. É dever
da fiscalização sanitária cuidar que aqueles que trabalham nas cozinhas tenham
perfeitas condições de saúde, ou isto já foi mudado? Antigamente, tinha que se
passar no Posto de Saúde para tirar a Carteira de Saúde para poder trabalhar.
Agora, não fazem mais isto. É que o dever foi relegado num plano muito
secundário. Nós vamos fazer leis, estabeleceremos direitos e não há ninguém que
tenha o dever de cumpri-las, assegurar esses direitos, cumprir essas leis. Eu
lembro que Deus fez o mundo em 6 dias e no 7º Ele se deu o direito de descansar.
Vinha primeiro o dever. Nós temos vigilância sanitária, nós temos fiscalização,
nós pagamos essa fiscalização e agora vamos mandar o povo criar problemas nas
cozinhas. Absolutamente certo. Vai ter sempre o "joãozinho" diferente
que vai querer fazer uma cena toda dentro da cozinha. Sempre vai haver.
Não se pode deixar de olhar
assim numa parada quando colocam a fita no braço de alguém para ajudar a
fiscalizar, de repente, aquele alguém vê que vem chegando um indivíduo, vem até
acompanhado e diz que não pode passar e o outro diz que é o Governador do
Estado. Não pode dar fita no braço para todo mundo para que ele venha a
determinar as condições em que deve funcionar a cozinha de um restaurante. O
que precisa ser feito é o cumprimento da lei, fazer a vigilância sanitária
trabalhar, porque recebem dinheiro do povo para isso. Então, tem que dar
condições da sanitarismo dentro das nossas cozinhas. Não tem que mandar o povo
fiscalizar. O povo paga para que algumas pessoas especialmente designadas façam
a fiscalização. Com isso não estamos dizendo que não precisamos da fiscalização
sanitária. De repente vai aparecer e aprovamos ontem a criação de quatro cargos
de veterinários para fazer a fiscalização sanitária. Pelo amor de Deus, vamos
usar as nossas leis e não fazer mais leis porque é do emaranhado de leis que
vem a confusão e até a corrupção. Há dois mil anos atrás antes de Cristo já se
dizia que o Estado mais corrupto é o que tem o maior número de leis. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o PLL nº
151/94.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto de Lei
do Ver. Milton Zuanazzi, que permite a todo usuário a visitação às cozinhas dos
restaurantes, é basicamente um exercício da cidadania e digo mais, sou
freqüentador de restaurantes e aqueles que nada têm a temer permitem e
normalmente chamam as pessoas para verem a sua cozinha que inegavelmente é o
cartão de visita do estabelecimento comercial. Nós não podemos confundir
fiscalização, que não é a proposta do presente Projeto, com visitação. Este é
um exercício de cidadania.
Aliás, o correligionário e
patrício, por ancestrais, do Ver. João Dib, o Prefeito de São Paulo, que
inegavelmente é reconhecido como grande administrador público, tem normas nesse
sentido e atua dentro dessa linha. Surpreende-me o Ver. João Dib com isso num
momento em que a vigilância sanitária é de competência do Município. Tenho
acompanhado dois ou três casos de galeterias em que ocorreu a presença da
bactéria salmonela.
A Vera. Clênia Maranhão, no
exercício de sua cidadania como Presidente da Federação das Mulheres Gaúchas,
muito visitou supermercados e sabe que, muitas vezes, injustamente quem é preso
ou autuado não é o dono do supermercado, mas o gerentezinho do estabelecimento;
com isso não concordamos.
Foi por isso que questionei
a Emenda nº 2 do Ver. Záchia, quando diz que "o preposto responsável pelo
estabelecimento responde solidariamente com o proprietário pelo pagamento da
multa". Daqui a pouco, estarão cobrando a multa do chefe da cozinha do
estabelecimento comercial. Considero que, se há alguma irregularidade na
cozinha, quem deve responder é o proprietário e tão-somente ele.
Considero o Projeto bom,-
examinamos, avaliamos - é tão bom que teve dois processos. Foi um Processo
elaborado, que passou pelas Comissões da Casa, o que é altamente positivo.
Sempre que um Processo passa pelas Comissões da Casa, ele fica mais pesado,
mais amadurecido. Infelizmente, vimos aqui algo que deveria ser exceção, Ver.
Lauro Hagemann, e está se tornando a regra: os Projetos entrarem aqui no fim do
ano, Ver. Luiz Braz, todos pelo art. 81. O art. 81 é um instrumento importante
que o Vereador, individualmente, tem para ver um Projeto seu votado, mas parece
que se tornou uma regra. Temos que, como um conjunto, como um coletivo, pensar
nessa questão.
Volto ao Projeto do Ver.
Milton Zuanazzi, dizendo que é um Projeto importante para o exercício da
cidadania e nada tem a ver com a fiscalização. Se vejo algo irregular, tenho a
obrigação de denunciar ao órgão competente, que vai autuar. Não vou andar de
caderninho fazendo autuações e
denúncias, porque não é da natureza nem do meu mister no exercício da Vereança
na Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº
151/94.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. No Processo que
está sendo discutido ofereci um voto em separado na Comissão de Justiça,
dizendo que discordava do Relatório prolatado pelo ilustre Ver. Isaac Ainhorn
no que se refere ao exame da Emenda nº 01 de autoria do Ver. Fernando Záchia.
As Emendas apresentadas, (Lê.) "...antes de mais nada visavam estabelecer
procedimentos que facilitassem a aplicação da legislação proposta. A Emenda nº
01 procurava orientar o usuário quanto às providências que o mesmo poderia
tomar quando lhe fosse negado o direito ao acesso à cozinha, identificando,
inclusive, o órgão do Município responsável pela vigilância sanitária, como a
área competente para receber este tipo de denúncia. Deste modo, embora não
desconheça o direito que todo o cidadão tem em denunciar irregularidades às
autoridades competentes sempre que se sentir prejudicado, entendo que quanto mais
claro ficar para o usuário a forma como deveria proceder, quando verificasse
irregularidades no cumprimento da lei, melhor se tornaria o Projeto.
Portanto, entendia que a
Emenda nº 01 deveria ser aprovada, da mesma maneira como foi a de número cinco,
uma vez que esta também orienta o usuário em caso de o mesmo constatar
condições precárias de armazenamento e higiene no local."
O que diz a Emenda nº 01,
Sr. Presidente? A Emenda nº 01, de autoria do Ver. Fernando Záchia, diz que o
usuário ao qual for negado o direito de acesso, previsto no artigo 1º, poderá
denunciar o fato ao órgão do Município responsável pela vigilância sanitária.
Esta Emenda, Sr. Presidente,
apresentada no dia 06 de setembro de 1995 já leva em conta as circunstâncias de
que a vigilância sanitária, no âmbito de Porto Alegre, está sendo
municipalizada. Evidentemente nós já temos o órgão específico, na Cidade, para
cuidar desse tipo de infração. Então eu gostaria de colocar a minha posição,
dizendo que este Projeto, no entendimento do ilustre Relator Ver. Isaac
Ainhorn, agasalhou as contribuições constantes das Emendas de nºs 02 a 05 para
se completar, para cumprir com amplitude os seus propósitos, e não pode deixar
de agasalhar a Emenda nº 01. Então, a eventual aprovação deste Projeto, desvinculada
da Emenda nº 01, é uma contradição. É um conflito de posicionamento
absolutamente desajustado, penso eu, até mesmo do objetivo do autor, porque se,
efetivamente, quer fazer frente a uma situação por ele flagrada e que ele
pretende ver coibida, não pode obstar, a quem se sentir lesado, de buscar a
reparação da lesão, que é o seu direito, que no entendimento do Projeto de Lei
fica caracterizado com o ato de obstar o ingresso no restaurante, na cozinha,
para fazer a verificação das condições sanitárias do estabelecimento. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o período de encaminhamento. Em votação o PLL nº 151/94. O
Ver. Edi Morelli solicita votação nominal.
O SR. REGINALDO PUJOL: O que vamos votar?
O SR. PRESIDENTE: Primeiro o PLL nº 151/94,
depois as Emendas.
O SR. REGINALDO PUJOL: Inclusive a Emenda nº 01?
O SR. PRESIDENTE: Todas as Emendas serão votadas. Em votação o PLL nº 151/94, de autoria
do Ver. Milton Zuanazzi. (Após a chamada.) APROVADO
por 22 votos SIM, 02 NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Passamos à votação das
Emendas apostas ao PLL nº 151/94.
Em votação a Emenda nº 01.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda nº 01 ao PLL nº
151/94.
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Em votação a Emenda nº 02. O Ver. Mário Fraga
solicita votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 02 ao PLL nº 151/94 por 11 votos SIM, 13 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 03.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda nº 03 ao PLL nº
151/94.
Em votação a Emenda nº 04.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda nº 04 ao PLL nº
151/94.
Em votação a Emenda nº 05.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda nº 05 ao PLL nº
151/94, com a abstenção do Ver. João Dib.
PROC. 0446/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 11/95, de autoria do Ver.
Fernando Záchia, que altera dispositivos da Lei nº 6002, de 02.12.87, com
alterações introduzidas pela Lei nº 6806, de 21.01.91, e dá outras
providências. (Estacionamento temporário pago nas vias e logradouros públicos.) Com Emenda nº 02.
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 02;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 02;
- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 02.
Obs.:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;
- retirada a Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 11/95. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto do
Ver. Luiz Fernando Záchia tem uma característica muito especial. Ele vem para
votação com dois relatórios contrários, pedindo a rejeição. De que trata este
Projeto de Lei? Qual é a intenção do autor ao propor o Projeto de Lei nº 11/95?
Ele propõe que nos estacionamentos temporários pagos do Município, a chamada
“Área Azul”, 50% das pessoas contratadas para manter o serviço sejam
adolescentes entre 14 e 17 anos de idade. Que sabedoria do Ver. Fernando
Záchia! Ora, o que mais enfrentamos nas ruas da nossa Cidade são os chamados
"flanelinhas". Meninos que são colocados nas proximidades das áreas
de estacionamento e que batem à nossa janela, pedindo um "troquinho pro
tio". O Ver. Záchia, com muita sabedoria, está propondo, que nessas áreas
institucionalizadas pelo Município, a FESC selecione esses meninos e os
credencie a uma atividade remunerada, perfeitamente institucionalizada, a qual
poderá ser complementada, inclusive, com alguns pré-requisitos, ou até mesmo
requisitos, que a coordenação do programa pode induzir, como exigir que o
menino trabalhe um turno e estude no outro, ou vá para alguma atividade, que
estão sendo criadas, para que esses adolescentes estudem.
Não posso entender, Sr.
Presidente, que sob o ponto de vista da Comissão de Educação, Cultura e
Esportes, esse Projeto possa ser ruim. Num rigor formalíssimo, eu admitiria que
a Comissão de Justiça oferecesse um voto contrário, como o fez, com a minha
discordância, amplamente exposta naquela ocasião, mas o Plenário da Casa tem
que decidir isso de uma forma inteligente à luz de uma realidade do cotidiano
de Porto Alegre. Alguns colegas me perguntaram se é legal o trabalho de um
menor de 14 ou 15 anos. É legal e é um fato nas ruas de Porto Alegre. Queremos
que os "flanelinhas" continuem pedindo um "troquinho pro
tio" ou quem sabe faremos uma tentativa de um trabalho organizado, bem
estruturado, e que a FESC, por seus técnicos, vá selecionar esses meninos e vá
colocá-los nessas “Áreas Azuis”, onde precisa ter gente, e onde o Município
gasta recursos muito fortes.
Tenho uma resposta a um
Pedido de Informações, que fiz há algum tempo, que mostra que em alguns meses
do ano o Município acaba gastando mais na manutenção dessas “Áreas Azuis” do
que propriamente arrecada. Por que não oportunizar para que um menino desses,
que até já estaria se profissionalizando nessa área, porque desde pequeno o pai
o manda para perto das sinaleiras, manda para perto do estacionamento pedir um
“troquinho para o tio”. Por que não permitir que num trabalho planejado,
organizado, executado com seriedade por técnicos cuidando do problema, dando
critérios ao problema, se realize esse processo.
Esse Projeto é muito bom, é
excelente, e nós devemos votá-lo e aprová-lo. Eu quero, com toda a
tranqüilidade, dizer que nós temos que partir do discurso para a prática.
Então, se nós estamos a toda hora dando discursos em defesa do menor carente,
do adolescente que está perambulando pelas ruas, aqui nós estamos de frente
para o problema com a possibilidade de começar a trabalhar em cima do assunto,
com desejo de solucioná-lo. Vamos parar de viver dos problemas e morrer com as
soluções. Aqui há uma proposta concreta de solução que, se não é integral, é de
grande abrangência e, se executada, irá qualificar muito o trabalho da FESC
nesse setor e mais do que isso, propiciar uma sensível queda do índice de
menores que andam perambulando pelas ruas e, mais do que isso, abordando os
motoristas pedindo um “troquinho”, passando um pano no vidro para conseguir uma
gratificação e que agora vão ter um trabalho direito, honesto, criterioso,
adequado e bem solucionado. Sou a favor do Projeto de Lei e espero que seja
aprovado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, lembramos que é necessário que conversemos a respeito
das matérias de origem do Legislativo que venham a ser incluídas na convocação
extraordinária a qual, pelas informações não oficiais que a Mesa Diretora tem,
haverá na semana que vem. Temos que tratar deste tema da inclusão de matérias
da Câmara.
Por outro lado, a partir do
momento que encerrarmos a Sessão de hoje, esta Sessão Extraordinária,
promoveremos mais três Sessões Extraordinárias, para que corra a Pauta do
Projeto relativo ao abono dos servidores.
E, ainda, temos a honra de convidar a todos os
Vereadores e demais Servidores da Câmara para a festa de confraternização de
final de ano, a realizar-se amanhã, sexta-feira, dia 15, após o encerramento do
Plenário, no saguão térreo desta Câmara Municipal, com coquetel. A Diretora
Social, Sra. Linda Mari, irá passar uma lista com os convites para solicitar
aos Srs. Vereadores uma pequena colaboração para ajudar nas despesas das
festividades. O GECAPA convida a todos os Senhores. Amanhã, pela manhã, nós
vamos inaugurar o serviço de ar condicionado da Câmara Municipal de Porto
Alegre. O convite faremos amanhã.
Com a palavra o Ver. Edi
Morelli para discutir o PLL nº 11/95.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, felizmente é discussão e julguei que
era encaminhamento, poderia ter feito um aparte no pronunciamento do Ver.
Reginaldo Pujol, quando falou, desta tribuna, do Projeto de Lei do Ver. Luiz
Fernando Záchia, da inconstitucionalidade de menores de 14 a 17 anos
trabalharem. Quero dizer que a rede Zaffari, a rede Dosul, Bourbon, essas redes
de supermercados empregam menores acima de 14 anos aos montes, são os
adolescentes que vão trabalhar. Por que num avanço que já tivemos na Cidade,
com o estacionamento "Área Azul", que é um Projeto de Lei do Ver.
Luiz Braz, por que não avançarmos mais, vendo a questão do desemprego e
aprovando este Projeto?
Vejo o Projeto do Ver.
Fernando Záchia com um cunho social muito grande. Esta Casa instalou uma
Comissão para debater o desemprego no Município. Então, por que não aprovarmos
esse Projeto? A Comissão instalada na Casa tem como Presidente a Vera. Maria do
Rosário - PT -, ela está, como todos nós, preocupada com o desemprego na
Cidade. Por que não aprovarmos o Projeto do Ver. Fernando Záchia que vai
propiciar aos menores exercerem o seu trabalho honestamente, ganhar o seu
dinheiro honestamente e não andar nos cantos a cheirar cola, a queimar fumo, já
não se escondem mais, agora, é a olhos vistos, porque está liberado o consumo.
Se consumir não é crime, então, não podem ser presos. Pode-se cheirar cola,
fumar maconha à vontade. Por que não tirarmos esses menores dessa situação e
colocá-los num trabalho digno, honesto, com condições de poderem continuar os
seus estudos. Essa é a minha posição e acredito ser a posição da maioria desta
Casa, aprovando o Projeto de autoria do Ver. Fernando Záchia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o
PLL nº 11/95.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gosto desta tribuna. Não sei se
ela tem algum defeito. Não sei se atingimos os nossos objetivos quando a
usamos. Mas eu gosto da tribuna. De repente nós podemos colocar as nossas
posições e analisar as coisas que aconteceram e que vêm acontecendo.
Quando no meu primeiro ano
de Vereador, eu apresentei um Projeto de estacionamento temporário pago e de
taxa de iluminação para Cidade. Eu vi um dia, com uma satisfação imensa,
dezenove fotografias de Vereadores, na página 3 do Jornal ZH, todos dizendo que
tinham que aprovar. No dia da votação deu 12x9; doze eram do MDB e nove eram da
ARENA. Nós perdemos. Daí eu aprendi que não era tão fácil. Mas os tempos
mudaram e aí estão as taxas de iluminação para serem trazidas para cá, já foram
um dia aprovadas na Câmara e derrubadas na Justiça; do estacionamento
temporário o Ver. Luiz Braz conseguiu fazer leis; outros já emendaram a Lei.
Agora o Ver. Luiz Fernando
Záchia com muita sensibilidade traz à tona um problema que pode ser resolvido e
que pode ajudar também a resolver o problema de desemprego daquelas crianças de
14 a 18 anos. E que também na administração que eu tive a oportunidade de fazer
nesta Cidade, nós, pioneiramente no Brasil, por lei, colocamos a oportunidade
para os menores de 16 a 18 anos trabalharem como "office boy" na
Prefeitura, em Lei que demorou algum tempo para ser aprovada, mas que a Câmara
aprovou.
Eu vou fazer um alerta:
vamos aprovar pelo mérito o Projeto do Ver. Luiz Fernando Záchia, tem que ser
aprovado e vai ser aprovado por unanimidade, tenho certeza; o Prefeito vai
sancionar, tenho também a certeza. Mas há uma necessidade de fazer uma
consolidação das leis que temos aqui. Já sobre o estacionamento pago, que foi
negado primitivamente, já tem várias leis. Sobre transporte coletivo, sobre
passagem escolar, sobre uma série de assuntos têm uma quantidade infinita de leis.
E a Prefeitura tem instalado, no tempo em que fui Secretário do Governo, o
Projeto SIREL, capaz de, no computador, fazer uma pesquisa do que está
repetido, do que tem que ser eliminado e é preciso que o Legislativo entenda
que, um dia, precisa consolidar todas estas Leis. De repente, o indivíduo, com
a maior boa vontade, pretende cumprir a Lei, mas ele só sabia 34 leis e tinha
35, a 35ª ele não conhecia, ele vai ser punido, ele vai ser declarado
irresponsável. Ninguém pode declarar o desconhecimento da Lei, mas ninguém pode
saber todas as leis que têm nesta Cidade, neste Estado, neste País. Nem o
computador é capaz de responder às nossas solicitações. Então, deve haver um
momento de pensar numa consolidação.
Ver. Fernando Záchia, meus
cumprimentos, o Projeto é muito bom e deve ser aprovado por unanimidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 11/95.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando nós votamos, aqui nesta Casa,
o Projeto Área Azul, eu tinha colocado no Projeto original que os recursos do
“Área Azul” deveriam ser destinados para a área do transporte coletivo, para
subsidiar tarifas. A Vera. Teresinha Irigaray, na época, fez uma Emenda ao
Projeto, dizendo que os recursos do “Área Azul” deveriam ir para a área social
e a Emenda da Vera. Teresinha Irigaray, naquela época, passou e o “Área Azul”,
quando foi aprovado, foi aprovado exatamente com este texto, para que os
recursos auferidos no “Área Azul” fossem para a área social.
E, depois, analisando, eu vi
que, realmente, a Vera. Teresinha Irigaray tinha razão, estava certa. O Projeto
do “Área Azul” deveria realmente beneficiar esta área social. Só que o tempo
passou e, há bem pouco, eu fui procurado por algumas pessoas que prestam
serviço dentro do “Área Azul” e me reclamavam de uma série de coisas que
acontecem dentro deste serviço. Por exemplo: quem está fiscalizando o “Área
Azul” também tem a obrigação de vender os tíquetes do “Área Azul”. Então, na verdade,
prestam dois serviços. Outro, as pessoas que estão ali, trabalhando no “Área
Azul”, ficam expostas ao sol, à chuva, ao barulho muito grande do trânsito, e
não ganham insalubridade. Esses processos vão-se avolumando, essas vontades e
satisfações também, e acredito que algum dia o Município vai ter um prejuízo
grande em uma ação que poderá ser movida, e já existem ações entrando, cobrando
principalmente insalubridade para aqueles funcionários que são celetistas, que
estão trabalhando dentro do processo de "Área Azul" e que não ganham
para isso. Aliás realizam duas ou três funções. Acho que a Prefeitura Municipal
deveria cuidar um pouco mais do serviço que está sendo executado, e acredito
que está sendo bem executado, só que não está sendo remunerado à altura, ou,
pelo menos, a remuneração desse serviço está causando insatisfação àquelas
pessoas que estão trabalhando nele.
O Ver. Záchia, acredito que
ele vem contribuir para o espírito maior do Projeto. Como fizemos o "Área
Azul", o nosso intuito era causar algum tipo de benefício. Aliás, quando a
Lei ficou pronta, o espírito era causar um bem social. V. Exa. está fazendo com
que esse bem social possa ser causado, não apenas com o pagamento auferido,
daquilo que vem indiretamente, através do "Área Azul", mas que as
pessoas, pelo menos 50% das que trabalham dentro da "Área Azul",
possam ser beneficiadas, e esse benefício carreado para uma área que é
extremamente problemática em toda a nossa sociedade, que é o menor carente.
Acho o Projeto extremamente justo. Na verdade, o Projeto traz uma contribuição
muito grande para que essas pessoas, para que essas crianças possam, de alguma
forma, ser atendidas. Acredito que V. Exa., que é um Vereador muito
inteligente, muito atilado, foi buscar em sua assessoria todas as contribuições
necessárias, para que esse Projeto pudesse ganhar os contornos que ganhou. Acho
que é um Projeto bom que deve ser aprovado pelo Plenário. Tenho o intuito de
votar favoravelmente, e até digo que quando estávamos fazendo o Projeto há
alguns anos - pena que não tenhamos pensado naquela época em fazê-lo dando
também esses contornos, fazendo com que os menores carentes pudessem ser
beneficiados a partir daquele momento.
O Ver. Fernando Záchia,
realmente, vem trazer uma contribuição muito grande para que possamos, a partir
de agora, estar trazendo a essas crianças algum tipo de benefício a mais.
Parabéns, Ver. Záchia, pela idéia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Giovani Gregol está com a palavra para discutir o PLL nº 11/95.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto do
meu caro colega Fernando Záchia, ele foi não sei se ainda o é, mas foi na sua
origem um Projeto muito controverso. A origem foi no início de 1995. Como gosto
de acompanhar o trabalho dos meus colegas porque é uma responsabilidade votar,
é uma responsabilidade que nós assumimos ao votar sim, ao votar não, ao nos
abstermos, ao sair do Plenário. Eu não tenho esse hábito, mas, às vezes, alguns
Vereadores saem do Plenário, tentando não assumir responsabilidades, mas estão
assumindo. Essas coisas ficam registradas na memória.
Eu, inicialmente, tinha
formado uma opinião, àquela época, contrário ao Projeto de V. Exa. porque eu
achava o Projeto muito simplificado, achava, não sou especialista na matéria,
faço questão de dizer, mas tenho que formar uma opinião porque aqui se vota
assuntos de todas as matérias, de todos os tipos, então, tentando formar um
alvitre sobre isso, eu achava que ele poderia servir, eventualmente, para uma exploração,
que é tão comum no nosso País, incluindo a nossa Cidade, que apesar de ser
considerada o "sul maravilha", o primeiro mundo do Brasil não está
livre dessas mazelas sociais todas, de exploração do menor, de regime de
semi-escravidão, de prostituição infantil. Como se falou, como a imprensa, como
esta Casa discutiu a questão da prostituição infantil e o que foi resolvido?
Nada praticamente. Vejam como o nosso poder, muitas vezes, é limitado.
Uma coisa que eu respeito
muito é o estudo, é a boa vontade, a boa fé e é o esforço, o suor daqueles que
estudaram o assunto, que amadureceram e evoluíram no assunto. Por isso acho que
projetos de longa tramitação na Casa como é o seu, há outros mais antigos,
imagino que as pessoas que alteram o seu projeto estudaram, e isso deve ser
respeitado: elas ouviram os técnicos no assunto, as entidades que se envolvem
no assunto, ouviram as autoridades públicas que têm responsabilidade ou
co-responsabilidade no assunto e por isso melhoraram o seu projeto e devem ser
respeitadas. É o caso do Projeto de V. Exa. Acho que o Projeto melhorou muito,
e riscos existem em tudo na vida, mas o Projeto como está elaborado e a
intenção do autor trabalhando junto com as autoridades do setor, por exemplo,
com o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente vão fiscalizar a sua
aplicação porque o objetivo do projeto é de que ele seja cumprido. Em sendo
cumprido terá que ser fiscalizado. Com isso, aquelas críticas, dúvidas iniciais
que havia e que inclusive eu as tinha, acho que ficam sanadas, ou ficam muito
reduzidas as possibilidades. Assim, o Projeto passa a ter muito mais méritos do
que restrições.
Estou explicando porque
gosto de assumir posições bem claras como o faz o Ver. João Dib. Estou dizendo
por que mudei de posição e por que vou votar a favor do Projeto, até porque não
existe uma orientação definitiva do Executivo, pelo menos municipal, a seu
respeito, e, todos juntos vamos fiscalizar o seu cumprimento.
Ver. Fernando Záchia, eu
gostaria da sua atenção, eu não acho que a questão do emprego deva ser um
argumento que paira sobre tudo e sobre todos. Nós, ecologistas, estamos
cansados de discutir isso. Por exemplo, a indústria poluidora deixa poluir
porque, se fechar, dá desemprego. Sempre digo que, se usarmos este argumento,
nós vamos apoiar a prostituição porque dá emprego, vamos apoiar o tráfico de
drogas porque sustenta muita gente. Mas eu acho que é um argumento importante.
Essa gurizada precisa e merece emprego também, dentro de condições dignas e
dentro da legalidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PLL nº
11/95.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu não pretendia
intervir nessa discussão, até porque considero o Projeto do Ver. Záchia
absolutamente meritório, mas, por discordar de algumas colocações feitas pelo
nobre companheiro Ver. Luiz Braz, não quero deixar passar minha posição. A
“Área Azul”, na verdade, até hoje não foi levada a sério pelo Município de
Porto Alegre; se o fosse, teria criado alguma infra-estrutura definitivamente
organizada para fazê-lo e já teria expandido a sua área.
Todo o processo iniciado no
tempo em que o Ver. Elói Guimarães era Secretário dos Transportes, passou por
mim, que tive a oportunidade de implantá-lo de fato já organizado pelo Ver.
Elói, começou numa estrutura autônoma. Depois, passou para a EPATUR e, hoje,
está na CARRIS. Mas, continua sendo um "saco de gatos" e é boicotado
pela Brigada Militar, que se nega a fazer o apoio que é necessário para a
efetividade do processo, apesar do convênio assinado entre a Prefeitura e a
Brigada, através do qual é realizado um repasse de dinheiro que a Prefeitura
cumpre. A Brigada não está assumindo a sua parte; há uma omissão.
Por outro lado, há um
problema de legislação trabalhista. Há um interregno de cerca de meia hora ou
45 minutos entre as 12h e as 13h, em que a coisa fica absolutamente às moscas.
É justamente o horário em que as pessoas que não gostam de respeitar as leis
adoram estacionar e deixam o carro parado a tarde inteira em local indevido.
Basta olhar a Mauá e as paradas de ônibus ao longo dela, sem falar dos ônibus
de Viamão, que continuam desrespeitando o acordo de pararem no seu depósito
respectivo. Enfim, temos milhares de problemas.
Na verdade, o Município, até
hoje, não assumiu definitivamente a “Área Azul”, não encaminhou a possibilidade
de uma fundação ou de um organismo, como o tem a Prefeitura de São Paulo, do
Rio de Janeiro ou de Curitiba, que viabilizasse de fato uma intervenção
municipal naquilo que é próprio do Município, que é o controle da circulação de
vias públicas na área municipal. Por tudo isso me parece que o Projeto do Ver.
Fernando Záchia é importante.
Em primeiro lugar: porque
evita a exploração de menores por terceiros, independentemente da “Área Azul”;
porque evita a presença de menores, pura e simplesmente, contratados, seja
através do que for, hoje, pela CARRIS, sem qualquer orientação ou
acompanhamento daquelas instituições que devem cuidar do menor; em terceiro:
porque vai possibilitar o encaminhamento de menores que trabalham com a FESC -
quero discutir no recesso também as contradições da FESC com o trabalho desses
menores -, e a FESC poderá encaminhar, junto com a FEBEM, alguns desses
menores, nessa proporção prevista, ao trabalho ligado “Área Azul”. É o típico
trabalho que, até pelo horário previsto, que vai das oito e meia, mais ou
menos, ao meio-dia, meia hora - são quatro horas de serviço por um turno
apenas, porque o turno da tarde é outra equipe, completamente diferente -
poderia render um dinheirinho para essa gurizada, assessorada pela FESC,
podendo estudar à tarde, tendo a garantia do alimento, café matinal, almoço.
Nessa parte, concordo plenamente.
O que acho absurdo, Ver.
Luiz Braz, se tiver guarida, é esses funcionários quererem cobrar insalubridade
ou coisa parecida, porque senão todos os cidadãos de um grande metrópole vão
ter que pedir insalubridade, porque eles, enquanto cidadãos, no dia a dia,
também estão expostos ao barulho, à poluição, a tudo o mais. Se o Tribunal do
Trabalho der guarida a esse tipo de coisa - e não duvido que dê, os critérios
do Tribunal são extremamente flexíveis, principalmente contra poder público,
eles adoram dar guarida aos funcionários - se der, vai ser lamentável, porque
me parece que é uma boa maneira de inviabilizar a “Área Azul”. Se a Prefeitura
tiver que pagar insalubridade para esses funcionários, o custo do salário deles
não vai ser, de maneira nenhuma, coberto pelo custo da hora a ser paga pelo
talão da “Área Azul”.
Também me parece absurdo,
Ver. Luiz Braz, eles se queixarem que têm que vender o talão: isso é de
interesse nosso, do usuário. Não vou andar um quilômetro para procurar um
talão. Interessa-me ter o talão disponível ali, na hora. Aliás, inverto a
colocação, existe até um programa de premiação para os trabalhadores da “Área
Azul” que vendem mais talões. Eles participam de um percentual dessa renda
final. É uma maneira de premiar o que vai se interessar em repassar ou um
bilhete isolado ou o talão. Isso viabiliza que a “Área Azul” funcione.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Antonio
Hohlfeldt, não deixam de se caracterizar aí duas funções: uma função desses
trabalhadores como vendedores de talões e outra função como fiscais da “Área
Azul” que eles são. Então, na Justiça do Trabalho, já que eles são celetistas,
essas duas funções poderiam ser cobradas...
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Vereador, eu não sei o que diz o Decreto que
regulamentou a função desses trabalhadores, porque se no Decreto estiverem
definidas essas funções, elas não serão duplas.
O Sr. Luiz Braz: Eu conheço o Decreto, e lá não estão descritas estas atribuições para
aqueles que exercem essa função. No outro comentário que V. Exa. faz com
relação à insalubridade, esses trabalhadores, para cumprirem as suas funções,
são obrigados a ficar na chuva, no sol, ao contrário do restante da população
ou de quase todas as outras atribuições que a população tem.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Vereador, eu entendo que isso está implícito na
função deles, eles não podem fazer isso num quarto fechado, porque isso está
coberto pelo salário deles, no meu entendimento. Agora, vou-lhe dizer uma
coisa, se eles ganharem uma ação dessas, sou obrigado e o primeiro a dizer para
acabar com a “Área Azul”.
O Sr. Luiz Braz: A própria Taquigrafia da Casa ganha insalubridade justamente por quê?
Porque elas estão expostas, durante um determinado tempo, ao barulho, agora
está implícito na função delas, que elas têm de fazer exatamente este movimento
com o braço...
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mas não está implícito, Vereador, que nós falemos
fora de hora e tão alto atrapalhando-os. Essa é a diferença. Espera-se de um
parlamento uma certa disciplina. Elas irão anotar o que é dito. Isso é implícito
à função delas; o barulho a mais não é implícito, porque elas poderiam estar em
cabines mais isoladas apenas para fazerem as anotações daquilo que chegasse por
microfone. A precariedade das instalações da Casa é que as coloca nessa
posição. Agora, aquele fiscal de vendedor tem que estar na rua, ele tem que
estar em convívio com esse barulho, e parece que isso é implícito à função. V.
Exa. é advogado, eu não conheço tanta coisa, tenho tido alguma experiência como
parecerista do Tribunal na minha área específica de jornalista e radialista,
mas muitas vezes tenho dado pareceres tentando definir questões desse tipo que
implicam às vezes insalubridade sob o ponto de vista técnico em relação às
nossas funções de jornalista e de radialista, e de um modo geral me nego a
acatar uma coisa dessas porque me parece que isso é implícito, como era
implícito no meu tempo de redação de jornal que eu tinha que ir para a rua
colher matéria, porque isso é da função do repórter. Quer dizer, não é pegar um
telefone, como hoje se faz. Se vou pedir insalubridade por isso, vocês imaginem
onde é que vai parar a função de jornalista.
Mas, enfim, eu queria apenas
levantar aqui que me parece que, economicamente, se eles ganharem alguma causa
deste tipo, fica inviabilizada a “Área Azul”, tal o ônus que vai implicar o
custo de um horário, ou seja, então coloca na garagem e liquida o assunto sem
problemas maiores.
O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, apenas
para completar o seu raciocínio. V. Exa. falou que em São Paulo existem
entidades que administram a “Área Azul”; nós temos aqui, em Canoas, a
administração sendo feita pela Associação Canoense de Deficientes Físicos,
através de um convênio.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: V. Exa. me lembrou que Novo Hamburgo tem, também,
encaminhamento por uma entidade deste tipo.
Apenas para registrar, Ver.
Luiz Braz, acho que nós temos que retomar algumas discussões em relação à “Área
Azul”, pois acho que ela deveria de ser implantada em outros lugares da Cidade.
A Prefeitura chegou a demarcar área no Centro Comercial da Azenha e depois
desistiu. Provavelmente, agora, com a construção de uma escola estadual em
frente ao Centro Comercial, ali, na João Pessoa, vai de fato faltar lugar para
estacionamento, porque o Centro Comercial vinha usando aquele espaço para os
seus usuários. Agora, parece-me que nós vamos ter que ampliar a discussão daqui
para frente e fazer com que de fato funcione a “Área Azul”, porque os fiscais
têm uma atividade muito precária. Parece-me que eles não têm, claramente,
colocada na cabeça a função pública que eles estão desempenhando.
Ontem, ainda, eu estava numa
parada de ônibus, na primeira parada de ônibus a partir do centro, para vir
aqui para a Casa, e vi dois motoristas, simultaneamente estacionando fora dos
espaços determinados, junto à parada de ônibus, ou seja, inviabilizando que o
ônibus encostasse na calçada para apanhar os passageiros, e tinha um único
fiscal da “Área Azul” que estava lá, a dois quilômetros de distância, quase na curva
do DMLU. Realmente, aí não há “Área Azul” que funcione, e, portanto - eu tenho,
evidentemente, uma tabela de valores, Ver. Luiz Braz - a “Área Azul” vai ser
sempre deficiente, como tem sido, basicamente, até o momento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 11/95.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que a
iniciativa do Ver. Luiz Fernando Záchia é extremamente boa e vem na busca de
incorporar ao mercado de trabalho um segmento, embora de menores, mas que
sobejam, muitas vezes, a falta de ocupação e se dirigem aos caminhos que não
àqueles do trabalho e da vida digna.
Eu tive a oportunidade de,
quando Secretário dos Transportes, trabalhar no Projeto Área Azul. Nós fizemos
técnicos, mandei buscar experiências em Cidades de São Paulo, Paraná e Minas
Gerais. Quero explicar aqui o porquê do nome “Área Azul’, já que em todo o País
é Zona Azul. No Rio Grande do Sul, quando se fala em zona, se tem a idéia do
meretrício. Eu lembro que na discussão eu disse: "Vamos fazer o seguinte:
zona não pode ser, porque estamos no Rio Grande do Sul; vamos pôr ‘Área
Azul".
Desenvolvemos os estudos,
preparamos, veio a administração do PT, o Ver. Antonio, e implantou-se a “Área
Azul”. Eu sempre saudei a Administração Popular por ter implantado a “Área
Azul”, porque, Ver. João Dib, nós chegamos a anunciar aos meios de comunicação,
estão aí os jornais, a data de implantação, bem como um outro Projeto em que
nós trabalhamos muito, que era a retirada dos ônibus da Praça Parobé. Também
anunciamos na imprensa a retirada dos ônibus. Levei ao Prefeito Municipal, que
fez suas ponderações: "Não podemos executar agora". E veio o PT em
boa hora - é justiça que eu faço à Administração Popular - e executou a “Área
Azul” e o Projeto no Centro da Cidade.
Mas as dificuldades que
ficam, Ver. Fernando Záchia, dizem, com esse sistema protetivo da CLT ao menor.
Até que ponto se pode entender que o trabalho, na via pública, é um trabalho de
periculosidade e neste caso o menor de 18 anos não poderia exercê-lo. É uma
questão que fica. Aliás, nós temos que começar a olhar para a China, porque
temos que proteger, regulamentar, mas há desregulamentação na China, e mesmo no
Japão, que são países que estão em profundo desenvolvimento, pois aboliram uma
série de obstáculos.
O Sr. Giovani Gregol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
V. Exa. tem toda razão, é a próxima potência do século XXI, sem dúvida, e vai
se juntar com o Japão, e os tigres asiáticos. Eu como professor de história
tenho estudado isso. Agora, V. Exa. tem razão, lá há desregulamentação, mas o
básico de alimentação, as necessidades básicas estão supridas para todo o povo
de um bilhão e duzentos milhões, agora a regulamentação aqui, num povo de
miseráveis e famintos não dá, essa comparação não dá.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu concluo, para dizer que vou acompanhar o Projeto
do Ver. Luiz Fernando Záchia, excelente Projeto, ficam essas dificuldades,
essas observações, que decorrem de todo esse cipoal legislatório que possuímos,
por isso que digo, vamos ter que olhar para a China, examinar a China e o
Japão, que experimentam grandes evoluções, e vão tomar conta do mundo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão, em votação o PL nº 11/95. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade. A pedido do Ver. João Dib, aprovado, com louvor.
A Emenda nº 01 ao PLL nº
11/95 foi retirada.
Em votação a Emenda nº 02 ao
PLL nº 11/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Apregoamos a Emenda nº 01,
de autoria do Ver. Henrique Fontana, ao PR nº 48/95. (Lê a Emenda nº 01.)
Solicitamos ao 1º
Vice-Presidente da Casa que assuma os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Nós vamos, então, suspender os trabalhos, para
realizar a Sessão Extraordinária.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
respeitosamente, ontem o Ver. Ferronato teve o cuidado de articular com as
Lideranças a retirada de quórum para encerrar a Sessão Ordinária e depois fazer
uma Extraordinária. Eu tenho medo que atropelando como estamos - nós temos
quórum, não podemos suspender uma reunião para fazer uma Extraordinária dentro
de uma Ordinária ou uma Extraordinária dentro de outra Extraordinária, - vamos
acabar inviabilizando o Projeto de novo e vamos complicar de novo com os
funcionários. Eu faço um apelo a V. Exa., que se acerte com as Lideranças para
que se retire o quórum, se encerre a Sessão e se abra outra, porque estará nos
registros taquigráficos e alguém que discorde vai gerar depois um problema
legal e formal para todos nós.
O SR. PRESIDENTE: Perguntamos à assessoria se poderíamos fazer isso e esta nos respondeu
que sim, por isso fizemos.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: A assessoria já tem errado, Sr. Presidente, por
isso insisto, porque eu entendo que não pode.
O SR. PRESIDENTE: Nós só estamos dizendo por que tomamos essa medida, Vereador.
Solicito a assessoria da
Auditoria da Casa neste momento.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 12h06min.)
O SR. PRESIDENTE (às 12h11min): Estão
reabertos os trabalhos da 17ª Sessão Extraordinária, que estava em andamento,
conforme orientação da Auditoria da Casa.
Fica anulada a abertura da
Sessão Extraordinária, que havíamos feito anteriormente.
Verificação de quórum a
pedido do Ver. Paulo Brum. (Pausa.) Visivelmente não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às
12h11min.)
* * * * *